quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Faça do coração gelado sua casa
Não tem ninguém em casa? Estou sozinho? Não me importo com isso diz Jack. Era um menino bem diferente Jack, ele se importava com cada pessoa a sua volta, mas para onde isso o levava? ... Jack se fazia essa pergunta todas as vezes quando acordava, e sempre desconhecia a resposta, até que um dia por motivos óbvios da vida, Jack resolveu acordar diferente, sem respostas prontas, apenas com uma idéia na cabeça, seu coração teria se materializado, solidificado, algo impenetrável, sólido como gelo, e intenso como o inverno. Por muito tempo Jack escondia sua forma verdadeira de ser, queria fazer o bem sempre, porque achava que seria o caminho mais curto até o céu. Mas e se o céu não fosse mais o destino de Jack? Ele queria era viver, sem ter que se magoar com todos que o fizessem mal, ou no que pensar, de tempo ao tempo dizia sua mãe, as coisas vão se acertar. Mas Jack estava cansado de deixar o tempo resolver todos os problemas de sua vida, ele sabia que mais cedo ou mais tarde sonhos tornam fracos até os mais fortes, o mundo o fez pensar dessa maneira, o mundo mudou Jack contra sua vontade, mas o mundo lhe deu o poder de fazer o que bem entendesse lhe deu asas, Jack se sentia bem, a raiva tomava conta de seu corpo, cada célula, seu sangue borbulhava como se estivesse fervendo, seus olhos ficavam imóveis, era uma sensação boa, tudo parecia fazer sentido naquele momento, o mundo não lhe parecia tão ruim agora, ele fazia parte do inferno, Jack era só um pobre garoto que todos tinham pena, só mais um para pisarem, Jack deixou de ser o que era e se sentiu melhor, abandonou todos os seus sonhos e fez com que ele mesmo vivesse a realidade, não quero me tornar um fraco dizia Jack, e assim Jack cresceu, orgulhoso e frio no coração, mas quente no sangue. Jack se tornava um monstro. Aquele inferno era realmente a casa de Jack de onde ele nunca mais seria libertado, estava condenado a viver com um coração gelado e um orgulho que passe os limites de suas ideias.